Concretagem: a cura do concreto e a influência do clima

Um dos principais passos da concretagem é a cura do concreto, fundamental para que o material alcance melhor desempenho. Outro ponto importante no processo é o conhecimento sobre a influência climática, já que ela pode impactar a qualidade do concreto. Conheça tudo sobre esses dois fenômenos e esteja preparado para não errar na hora de colocar a mão na massa.

A cura do concreto

A cura do concreto nada mais é do que o conjunto de medidas que devem ser tomadas para evitar a evaporação da água de amassamento, essencial para a hidratação do cimento e utilizada na dosagem do concreto aplicado.
Quando a cura é feita de forma errada, o concreto pode sofrer redução de resistência e durabilidade, provocando fissuras e deixando a camada superficial fraca, porosa e permeável, vulnerável à entrada de substâncias agressivas soltas do meio ambiente.

Tipos de cura do concreto

Há várias formas de curar o concreto:
  • cura química, na qual um líquido é aplicado após a concretagem e cria uma membrana bem fina que impede que a água de amassamento saia. Essa metodologia geralmente é utilizada para piso, placas de concreto e outras estruturas de difícil acesso;
  • cobrir as peças com sacos de aniagem (ou de cimento vazio), mantendo-os sempre úmidos;
  • cobrir de terra ou areia (com espessura de 3 cm a 5 cm), que devem ser mantidas úmidas durante o período da cura;
O CONCRETO PRECISA SER MOLHADO, NO MÍNIMO, DURANTE OS SETE PRIMEIROS DIAS DA SUA CONSTRUÇÃO.
  • manter as peças imersas em água;
  • molhar continuamente as peças por meio de aspersores de impacto para irrigação;
  • cura a vapor, que é eficiente porque garante a umidade necessária ao mesmo tempo em que acelera a velocidade de ganho de resistência pelo aquecimento.

Tempo de cura

O tempo de cura do concreto (no caso da cura úmida) é de pelo menos 7 dias, podendo ser estendido a até 28 dias, dependendo das condições locais. Essa recomendação é sempre a mesma, o que significa que a cura não é influenciada pelo tipo de cimento usado (CP-I, CP-II ou CP-III, por exemplo) ou pelo fator água/cimento (ou seja, a quantidade desses materiais empregados na mistura).

A influência climática na concretagem

A cura do concreto e todo o seu processo de produção dependem das condições ambientais locais: temperatura, umidade relativa do ar, velocidade do vento, contato com água do mar etc. Isso porque as temperaturas alteram as propriedades do concreto por interferirem na hidratação do cimento: quando muito baixas, a tendência é que o concreto demore mais para endurecer, enquanto que o calor extremo e/ou a baixa umidade do ar levam à perda rápida de água de amassamento, endurecendo aceleradamente e provocando fissuras.
TANTO O CALOR QUANTO O FRIO EXCESSIVO PODEM CAUSAR FISSURAS NA CONCRETAGEM.

Nos trópicos, a situação é acentuada pela constante variação de temperatura e de umidade das meias-estações. Por isso, nesses lugares, as condições climáticas podem obrigar o uso de dois ou mais traços diferentes, como os de verão e de inverno. Pode ser necessário até mesmo uma utilização para as misturas realizadas pela manhã e outra para as realizadas no período da tarde e da noite, com traços específicos.

Soluções climáticas para a cura

Assim como há várias formas de fazer a cura do concreto, há também muitas opções de cuidar da influência climática na concretagem. Entre as opções para grandes volumes, como barragens e blocos de fundações, a redução da temperatura no lançamento com uso de concreto resfriado com gelo é o método mais popular. Outra fórmula é aplicar nitrogênio no momento do lançamento do resfriamento do concreto.
Já o resfriamento de brita com água abaixa a temperatura superficial e minimiza os problemas decorrentes do calor. Outra dica é alterar o horário da concretagem: o resfriamento pode ser feito no início do dia, bem cedo, ou ao anoitecer, nos horários em que o sol está mais ameno.
FIQUE ATENTO AO LONGO DA CONCRETAGEM. O ENDURECIMENTO RÁPIDO OU DEMORADO PODE ALTERAR SUAS PROPRIEDADES, COMO A RESISTÊNCIA.

Mais medidas protetivas e de soluções são: adição de fibras ao traço; aplicação imediata do concreto ao chegar à obra; utilização de betoneiras e bombas de concreto longe da exposição ao sol e vigas e lajes feitas em frentes reduzidas.
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